Apetece pegar num balão e sugar-lhe o ar.
Falar fininho e rir a bandeiras despregadas numa voz de desenho animado. Porque as pequenas coisas são as que nos fazem mais felizes e hoje era isso que me apetecia.
Apetece pegar num balão e sugar-lhe o ar.
Falar fininho e rir a bandeiras despregadas numa voz de desenho animado. Porque as pequenas coisas são as que nos fazem mais felizes e hoje era isso que me apetecia.
Porque não há nomes suficientes para insultar o cancro. Estaria aqui três dias e meio e não diria nem metade do que deve ser dito a esse cabrão.
Não era nada aquela senhora mas convivi com ela desde sempre. Fui acompanhando de intermeio os anos de sofrimento atroz que julgo muito poucos conseguirem suportar. Era uma mulher de armas e acho que só tomei mesmo noção do fim ao ouvir cada pazada de terra que caia sobre o caixão e fazia um ruído que me fazia estremecer. Doeu-me o sofrimento que via naquelas caras ao vê-la ir-se. Anos de luta feroz sepultados ali debaixo daquele sol abrasador.
A vida é assim diziam. E eu sei que é. Mas isso não amaina o que se passou e o que ainda está para se passar com os que cá ficam.