O medo é das cobardias mais ingratas de sentir.
Teme-se o bicho papão e quando damos por nós estamos imóveis debaixo dos lençois à espera que o monstro saia de debaixo da cama para nos fazer às fatias numa poça de sangue imensa.
Trememos tanto que nos esquecemos de olhar para as estrelas flourescentes coladas ao tecto que só deixam de brilhar mal os primeiros raios de sol entram pela janela. E tal como o papão vai continuar lá também elas na noite seguinte brilham outra vez.
Há sempre uma pequena luz que nos alumia, uma vida a ser vivida fora do escuro em que nos forçamos a sobreviver.