Sai-me erro atrás de erro como se conspirasse para me sabotar a mim mesma. Engraçado como o medo por vezes consegue dominar aquilo que pensamos ter definido.
Estou tão amarrada à minha zona de conforto onde não deixava ninguém entrar, que agora ao querer escancarar-lhe as portas e janelas perco o controle de mim mesma... Entro em rota de colisão entre a minha vontade dele e uma falsa consciência que me segreda baixinho ao ouvido o quanto não o mereço.
A minha fragilidade num frente a frente com a miúda caprichosa que diz que está sempre bem.
Todos falam de como é bom gostar de alguém mas ninguém fala do medo de perder que cresce proporcionalmente a isso.
Não gosto dele como no primeiro dia, gosto um pouco mais todos os dias.
Gosto-o a ponto de o deixar ir embora da minha vida se isso o fizesse feliz. Porque o gostar não é feito de correntes nem cadeados, não castra nem restringe, não prende nem sacrifica.
Gostar é uma dança que nos põe o mundo aos pés num compasso onde não se sabe se se vai ou não chegar.
Às vezes é preciso adormecer quando tudo o resto parece doer. Amanhã será sempre amanhã.