"A vida não é medida pelo número de vezes que se respira, mas pelos momentos em que se perde o fôlego."

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Domingo, 30 de Dezembro de 2012

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"De duas ou mais dores simultâneas, a nossa atenção escolhe uma e quase esquece as outras. Na ruína do nosso tempo, vê se escolhes o mais importante dela. Evitarás assim o ridículo de chorar a perda de um alfinete numa casa que te ardeu. E a História olhar-te-á com simpatia - talvez vá mesmo para a cama contigo."

Vergílio Ferreira

publicado por mac às 00:06

Domingo, 14 de Outubro de 2012

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As melhores lições de vida são aquelas que mais doem cá dentro.

Saimos porta fora dignas de uma mulher de armas pronta para guerra e quando as luzes se pagam e se desce do pedestal sente-se o coração vergar. Porque não há cura definitiva para as feridas de um coração que penou para bater de novo.

Os começos são pontos inacabados num qualquer ponto de viragem da vida a que ainda não se chegou.

E podem passar anos e séculos que por muito que tudo esteja bem e que se tenha um abraço onde dormir vai sempre doer quando os olhos encontrarem o que o peito já rejeita.

A lei do mais forte há-se sempre ganhar. E eu tenho cicatrizes que me mostram todos os dias que para se ganhar é preciso perder primeiro.

publicado por mac às 06:26

Segunda-feira, 28 de Maio de 2012

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"Sem o amargo o doce não seria tão doce."

Vanilla Sky 

 

Se tudo caísse no banalismo da mais comum das facilidades deixaríamos de dar valor àqueles momentos que realmente interessam.

implodimos tantas vezes, chora-se, faz-se beicinho, deixamo-nos cair de joelhos até os esfolar no chão agreste de tanta melancolia explicável ou em busca de explicação. Mas no fim de contas aos pouco os joelhos saram, as lágrimas secam e os lábios abrem-se num sorriso.

Então sentimos-lhe o gosto. E o doce, bem esse doce sabe pela vida.

 

publicado por mac às 00:33

Quinta-feira, 24 de Maio de 2012

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Porque não há nomes suficientes para insultar o cancro. Estaria aqui três dias e meio e não diria nem metade do que deve ser dito a esse cabrão.

Não era nada aquela senhora mas convivi com ela desde sempre. Fui acompanhando de intermeio os anos de sofrimento atroz que julgo muito poucos conseguirem suportar. Era uma mulher de armas e acho que só tomei mesmo noção do fim ao ouvir cada pazada de terra que caia sobre o caixão e fazia um ruído que me fazia estremecer. Doeu-me o sofrimento que via naquelas caras ao vê-la ir-se. Anos de luta feroz sepultados ali debaixo daquele sol abrasador.

A vida é assim diziam. E eu sei que é. Mas isso não amaina o que se passou e o que ainda está para se passar com os que cá ficam.  

 

publicado por mac às 18:48

Domingo, 20 de Maio de 2012

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Já não consegue falar, geme de dor. Agita-se sem parar e as pernas outrora tão fortes saem-lhe agora por entre os lençois numa pele e osso difícil de acreditar.

Aquele saco preto pendurado sobre a cama ligado às veias por um fio. Morfina que lhe entra no corpo e parece não amenizar a dor de quem naquela cama de hospital agoniza de tanta dor.

Fecho o punho com toda a força ignorando as unhas que se me cravam na carne da palma da mão, numa tentativa de conter as lágrimas que me recuso a largar. Não ali.

O cancro é um c@#$&. Não se contenta em nos roubar as pessoas, tem gozo em ver-nos sofrer a ver quem amamos definhar de dia para dia como se fosse a coisa mais natural do mundo.

 

publicado por mac às 23:05